Bibliografia



Para realização desse trabalho fizemos uma pesquisa em alguns livros e artigos que tratam do Mangue e Restinga. Caso queira consulta-los, aqui estão os nomes e um pequeno resumo sobre eles:




1. AB’SÁBER, A. N.; Brasil: Paisagens de exceção: o litoral e o Pantanal Mato-Grossense patrimônios básicos; São Paulo, 2006.


Com este livro podemos ter uma noção mais abrangente de um histórico de formação do Sistema lagunar estuarino em que se encontra a Ilha do Cardoso. É um ensaio de macrogeomorfologia da região costeira sul do estado de São Paulo, desde a separação de dois blocos principais do continente afro-brasileiro, passando por períodos de sedimentação que formam o atual Vale do Ribeira, até a consequência de regressões marinhas no quaternário.




2. BERNARDI, J. V. E.; LANDIM, P. M. B.; BARRETO, C. L.; MONTEIRO, R. C.; Estudo espacial do gradiente de vegetação do Parque Estadual da Ilha do Cardoso; HOLOS Envoinroment, v.5, n.1, 2005.



Este trabalho utiliza de técnicas de sensoriamento remoto para a criação de mapas temáticos e de técnicas em geoprocessamento para a elaboração de Modelos Digitais de Elevação a partir de dados altimétricos para a obtenção de informações sobre a vegetação do Parque Estadual da Ilha do Cardoso, tendo como objetivo a análise espacial dos tipos de vegetação presentes da área. A aplicação de algumas técnicas de sensoriamento remoto permite a interpretação de diferentes estruturas de vegetação, como árvores, arbustos e herbáceos.

O estudo será útil antes, durante e após o campo para que tenhamos conhecimento do lugar e do trajeto que fizermos em áreas de mangues e de restingas, além de trazer a descrição de diversos aspectos físicos específicos da Ilha do Cardoso como caracterização geológica, geomorfológica, pedológica e das diferentes vegetações presentes na ilha.




3. COUTO, O. S.; CORDEIRO, R. M. S.; Manual de reconhecimento de espécies vegetais da restinga do estado de São Paul,. Secretaria do Meio Ambiente, Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais; SMA, São Paulo, 2005.



Este manual contempla inúmeras fotografias de diversos tipos de vegetação encontrados nas restingas de São Paulo, descrevendo as espécies a partir de suas características físicas, especificações biológicas e seu nome popular, além de apontando o lugar aproximado em que elas aparecem, se mais perto do mar, ou do continente, mais perto do mangue ou do terreno arenoso, por exemplo.

O livro pode contribuir para nosso trabalho, antes de ir a campo, no sentido de nos apresentar as possíveis espécies que encontraremos e nomeá-las ou de nos ajudar a identificar o que virmos, durante o campo, para possível pesquisa posterior, uma vez que parte do trabalho consiste em descrever e diferenciar a restinga do manguezal e considerando o fato de que esse ambiente não é comum ao nosso cotidiano.



4. GALVANI, E.; LIMA, N. G. B.; Estudos climáticos nas escalas inferiores do clima da Barra do Rio Ribeira, Iguape, São Paulo, Revista Mercator, Vol. 9, n esp. Pgs. 25-38; Fortaleza, dezembro 2010.



Este artigo trata de um estudo microclimático realizado em áreas de manguezais, na barra do Rio Ribeira de Iguape, no litoral de São Paulo. Para conceituar as especificidades climáticas do manguezal, os autores se debruçam sobre os diversos fatores que o influenciam. Apresentam a dinâmica escalar dos estudos climáticos, que podem ser desde global até microclimáticos, que abordam um espaço reduzido e específico. Quando falamos de mangue, em escala microclimática, o autor recomenda a combinação dos estudos climáticos com os seguintes fatores: a sujeição do ambiente do manguezal ao regime de marés, a cobertura dos dosséis como forma de controlar a irradiação solar, e o solo lodoso, rico em nutrientes e habitat para uma gama de espécies, entre outros fatores. Outro fator destacado é a diversa flora do manguezal, que é geralmente adaptada ao ambiente com alta salubridade, e sob as condições climáticas tropicais.



Inicialmente, é dada maior atenção a relação entre a cobertura vegetal do dossel e a irradiação solar que penetra na área de mangue. As conclusões iniciais que os autores apresentam são: uma relação inversamente proporcional entre a transmissividade do dossel ( a capacidade de absorção da irradiação solar através do dossel da cobertura vegetal) e a temperatura do ar. Para caracterizar a condição climática do mangue, também apresentam a existência de maior umidade nas áreas do manguezal e menor incidência de ventos, dado a cobertura vegetal arbórea na borda do ambiente do mangue.



Concluindo, podemos perceber que o ambiente de manguezal apresenta principalmente grandes peculiaridades, quando estudamos suas condições climáticas e que a influência de diversos fatores, como a vegetação, a irradiação solar e a proximidade com a água salgada dos oceanos cria um habitat seleto e específico, onde as espécies mais adaptadas provavelmente só sobreviveriam a estas condições que o manguezal oferece. Além disso, o estudo é um importante passo para a caracterização do ambiente de manguezal, principalmente por associá-lo a microclimatologia, que nos ofereceu uma visão ampla dos processos que ocorrem na formação de uma paisagem e um habitat para a biodiversidade.


5. GOMES, F. H.; Solos sob a vegetação de restinga na Ilha do cardoso (SP): I – Caracterização e classificação; Revista Brasileira de Ciência do solo, n.6,v.31, Viçosa, 2007.



Nesse texto, o autor faz um estudo que busca colaborar com o Sistema Brasileiro de Classificação dos solos, estudando especificamente os solos sob a vegetação de restinga na Ilha do Cardoso (SP). Para isso, é feita uma caracterização físico-química e morfológica detalhada desses solos, através, principalmente, da análise de diversos perfis de solo em duas diferentes transecções. Os resultados mostraram como os solos sob esse tipo de vegetação são principalmente quartzosos e pobres em nutrientes e também hidromórficos, arenosos e muito ácidos.



Para a distribuição geográfica desses solos, o principal fator encontrado foi a idade de estabilização do material de origem e a topografia local, de formação mais recente, os perfis mais próximos do mar foram classificados como Neossolos quartzarênicos, enquanto perfis mais afastados do mar (e consequentemente mais antigos) classificados, principalmente, como Espodossolos.



Dessa forma, o entendimento da composição do solo que serve de sustentação para a vegetação de Restinga na Ilha do Cardoso que esse estudo nos mostra, servirá, por exemplo, para que em campo sejam associadas as diferenças entre “setores” da Restinga com a pedologia, desde onde se encontra uma vegetação de gramíneas e pequenos arbustos até onde se encontram formações arbóreas de maior porte, considerando que as espécies vegetais em restingas são, em parte, limitadas pela composição do solo em que encontram.


6. SCHAEFFER-NOVELLI, Y.; CINTRÓN, G.; Guia para estudo de áreas de Manguezal: estrutura, função e flora; Caribbean Ecological Research, São Paulo, 1986.

Este trabalho será extremamente útil para a pesquisa realizada pelo grupo no trabalho de campo na Ilha do Cardoso por apresentar algumas técnicas que podem ser empregadas em um estudo em manguezais. Segundo os autores, o primeiro passo a ser dado consiste na identificação e na descrição da área de estudo por meio da confecção de mapas e utilizando fotografias aéreas que auxiliem na diferenciação dos tipos de bosques. Posteriormente deve ser escolhida uma área de estudo levando em conta sua representatividade em relação a outras áreas, sendo escolhidas as áreas prioritárias, que são distintas por terem grande valor cientifico, além de serem acessíveis, para que não ocorra um gasto excessivo de recursos.



O segundo passo a ser dado é a caracterização da estrutura do bosque estudado para que se possa compreender seu estágio de desenvolvimento e poder compará-lo com outras áreas distintas. As características que, segundo os autores, permitem essa descrição são: diâmetro da arvore, área basal da arvore, densidade de árvores por unidade de área, posicionamento e delimitação das parcelas, altura media do bosque. Os autores discorrem sobre como realizar todas essas medições.



Além disso, esse trabalho apresenta as características de algumas espécies de plantas consideradas pelos autores e suas referencias como as principais dos manguezais. Esse livro nos ajudará a ter uma visão panorâmica de como trabalhar em campo e ajudará a termos um conhecimento prévio sobre algumas espécies que encontraremos na Ilha do Cardoso.




7. SOUZA, R. G. et. al.; “Restinga” conceitos e empregos do termo no Brasil e implicações na legislação ambiental; Instituto Geológico, São Paulo, 2008.



Inicialmente os autores realizam uma discussão sobre o conceito de restinga, uma vez que ele possui diferentes definições dependendo de quem o utiliza. Para essa discussão, os autores buscam esse conceito na legislação brasileira, em algumas obras de referência e dicionários brasileiros, além de buscar sua definição em outros países de língua portuguesa.



Posteriormente é realizado um pequeno histórico sobre o termo “restinga” no Brasil em trabalhos científicos da Geologia, Geomorfologia e Botânica e Ecologia, possibilitando a comparação de sua utilização. O passo seguinte é a consulta do termo na legislação brasileira de forma mais aprofundada, utilizando, por exemplo, o código florestal, sendo também feita uma análise das restingas no Estado de São Paulo, o que inclui nosso objeto de estudo, a Ilha do Cardoso. Para finalizar, os autores analisam criticamente os conceitos de restinga na legislação ambiental brasileira e propõem algumas revisões para a mesma.



Dessa forma, acreditamos que essa obra será bastante utilizada pelo grupo por apresentar diferentes formas de se compreender o conceito de restinga, possibilitando um melhor entendimento do conceito a ser estudado.




8. VANNUCCI, M.; Os manguezais e Nós: Uma série de percepções; versão em português Denise Navas Pereira; EDUSP, São Paulo, 1999.

Esse livro trata do ecossistema manguezal sob diversos pontos de vista, não apenas no Brasil, mas em vários locais do globo. Na primeira parte, o manguezal é descrito sob diversos aspectos enquanto ecossistema ou como parte da vida da população local em várias partes do mundo. A segunda parte apresenta a ação do homem sobre o manguezal desde o auxílio à manutenção do sistema a seu uso possível e sua degradação.



A linguagem utilizada não é a científica comum, dos textos acadêmicos em geral, o que em certo ponto ajuda a compreensão e aproxima a visão do objeto de estudo. Essa abordagem diferente pode contribuir com nosso trabalho expandindo nosso conhecimento sobre os mais diferentes usos, direta e indiretamente, do ecossistema manguezal em outros locais para além do litoral de São Paulo, apontando diferentes marcas de ação antropológica que podem ser reconhecidas no ambiente.

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